Florianópolis estuda liberar cães em praias com regras de local e horário definidos

A Prefeitura de Florianópolis está elaborando um projeto de lei que poderá autorizar a presença de cães nas praias da cidade, desde que em áreas e horários previamente determinados. A medida, que ainda será enviada à Câmara Municipal, pretende flexibilizar a legislação atual, que proíbe a circulação de animais domésticos nas faixas de areia dos balneários.
A proposta visa conciliar os interesses de tutores de pets e frequentadores das praias. Segundo o prefeito Topázio Neto (PSD), a ideia é evitar conflitos definindo horários e locais específicos para a presença dos cães. “Vamos identificar os pontos e horários de maior movimento, tanto de pessoas quanto de animais, para permitir uma convivência harmoniosa. Assim, quem prefere evitar contato com animais poderá se programar”, afirmou.
Apesar de a proposta ainda não ter sido protocolada na Câmara até a última terça-feira (11), a prefeitura informou que o envio deverá acontecer ainda nesta semana. A possível mudança reacende o debate sobre a presença de animais nas Praias Florianópolis, exigindo equilíbrio entre o lazer dos tutores e o respeito aos demais frequentadores.
Atenção aos riscos para animais e pessoas
Embora a possível liberação represente uma vitória para muitos tutores, o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV-SC) alerta para os riscos que a presença de cães nas praias pode trazer, tanto para os animais quanto para os banhistas.
Entre os perigos para os cães, estão:
Queimaduras nos focinhos e nas patas por conta do calor da areia;
Exposição excessiva ao sol, principalmente em animais de pele clara, o que pode provocar câncer de pele;
Afogamento por falta de supervisão;
Insolação ou superaquecimento corporal;
Crises alérgicas provocadas pelo ambiente da praia;
Infecções por micose, sarna, pulgas, carrapatos e otites devido à umidade;
Problemas oculares causados por areia levada pelo vento;
Viroses em filhotes sem vacinação completa;
Intoxicação por ingestão de água do mar ou restos de alimentos.
Já para os humanos, os riscos incluem:
Contaminação por bicho geográfico (larva migrans), causada pelo contato com fezes infectadas de cães;
Mordidas de cães com comportamento alterado;
Transmissão de parasitas intestinais como giárdia e isóspora, que podem causar diarreia, dores abdominais e vômitos;
Doenças de pele e infecções por carrapatos.
A possível mudança na legislação reacende o debate sobre a convivência entre pets e banhistas nas praias da capital catarinense. Caso aprovada, a medida deverá vir acompanhada de orientações rigorosas quanto à higiene, segurança e bem-estar animal.